terça-feira, 22 de setembro de 2009

Tempo de mudança

No Tempo de mudança de hoje vou reclamar com o pessoal. Fixe não é?
As pessoas andam numa libertinagem tal que até bons termos do Latim conseguem distorcer e fazer de todos os conceitos, teorias e ideias numa coisa "boa" para a sociedade actual. E o que é para o povo da sociedade actual uma coisa boa? Hoje em dia as pessoas boas e com cabeça são vistas como más, e as pessoas más que fazem coisas más são vistas como pessoas boas. Portanto o que eu me referia como "coisa boa" para a sociedade actual é outra palavra começada por "M" bastante mais engraçada (e que até a podem utilizar como substituição das palavras "coisa boa" na segunda frase deste post). Esta introdução é para mostrar o desagrado que tenho com as pessoas por terem transformado, por exemplo, a expressão Carpe Diem numa casa de putas e drogados. Carpe Diem, traduzido à letra, pode realmente significar "aproveitar o dia". Mas o que significa realmente "aproveitar o dia"? A maioria das pessoas pensa que isto significa "Vamos todos ter relações sexuais com toda a gente, e beber até cair para o lado, como se fosse o último dia das nossas vidas". Cá eu creio que isso é desaproveitar o dia. Se hoje fosse o último dia das nossas vidas, isso era o mais importante que se teria a fazer? Com que propósito? E o que aconteceu às mulheres depois do movimento de libertação das mulheres no século XX? Será que perderam todas a cabeça?
Com isto quero dizer: NÃO TRANSFORMEM O CARPE DIEM NUM ANTRO DE PERDIÇÃO E MÁ VIDA, E CERTAMENTE NÃO VEJAM ISSO COMO ALGO BOM. Isto é como se tivesse a gritar, caso não percebam. Eu cá nunca fui um homem que vive o momento porque eu considero que o presente em si não vale nada, o que significa mais é o Passado, e principalmente o Futuro e o que o Passado serve na ajuda da construção de um Futuro melhor. Mas eu respeito muito esta expressão e não posso permitir que ela seja transformada em "Vamos pinar" (Carpe = vamos Diem = pinar). Atrevam-se a experimentar viver o Carpe Diem Horaciano, que é aproveitar o dia mas com moderação e não com excessos, e se não concordarem, ao menos que esses excessos sejam alguma coisa proveitosa que é o que Carpe Diem realmente significa. Isto não é subjectividade. O que nos distingue dos animais é a nossa capacidade de pensar. Portanto pensem.

Vaca says: Múúúúúsica


Hoje vamos falar de música clássica e principalmente do Barroco. Refiro-me a Johann Sebastian Bach que foi um dos maiores génios na composição musical de sempre e considerado por muita gente, incluindo eu próprio, como o maior compositor da história da música. As suas composições para cravo e violoncelo, que são as minhas preferidas, são absolutamente incríveis e deixam qualquer amante da música completamente boqueaberto e obcecado pelo Barroco. Bach veio de uma família com cerca de 30 músicos e foi o que mais se destacou. Este foi mestre na arte da fuga, do contraponto e da música coral. Muitas das suas obras reflectem uma grande profundidade intelectual, uma expressão emocional profunda e sobretudo um grande domínio técnico. Falando mais aprofundadamente sobre a sua obra é extremamente complexo "O Cravo Bem Temperado", que consiste em 48 prelúdios e fugas, sendo um prelúdio e uma fuga para cada tonalidade maior e menor. Outro excelente trabalho é "A Arte da Fuga" que ficou incompleto com a sua morte. Composto com a intenção de que fosse um conjunto de exemplos das técnicas de contraponto, "A Arte da Fuga" consta de 14 fugas com diferentes formas mas todas com o mesmo tema básico. As maiores obras corais de Bach são a "Paixão segundo São Mateus" que demora mais de três horas, a "Paixão segundo São João", ambas escritas para as cerimónias da Sexta-feira da Paixão, na Igreja de São Tomás e na Igreja de São Nicolau, em anos alternados, e o Oratório de Natal (um conjunto de seis cantatas para uso na estação litúrgica do Natal). O Magnificat em duas versões (uma em Mi bemol maior, com 4 movimentos relacionados com o Natal, e a posterior e mais conhecida em Ré maior). O Oratório de Páscoa e o Oratório de Ascensão são de extensão bem menor que as obras acima citadas, demorando 35 minutos. Outra grande obra de Bach, a Missa em Si menor, foi composta próximo ao fim de sua vida, utilizando-se principalmente de outras peças compostas por ele anteriormente (como a cantata BWV 191 e BWV 12). A Missa em Si menor nunca foi apresentada durante a vida de Bach, sendo somente apresentada no século XIX. Ela é muito difícil e exige um coral de primeira categoria. Todas essas obras, têm bastantes partes de solistas, coros e orquestra, o que é uma característica comum de cantatas e oratórios em geral. Outras célebres obras são as Variações Goldberg, as suites para orquestra, os concertos para violino, e como já referi como as minhas preferidas, as suites para violoncelo e várias músicas de cravo. Outras obras para orgão, sendo Bach também conhecido por ser um grande organista, são todas elas geniais, como a maioria das imensas obras que Bach compôs ao longo da sua vida. Um documentário que eu aconselho a ver sobre Johann Sebastian Bach é o Chronik der Anna Magdalena Bach (Crónica de Anna Magdalena Bach) de 1968, realizado por Danièle Huillet e Jean-Marie Straub. Anna Magdalena
Bach-Wilcke foi a segunda esposa de Johan Sebastian Bach com quem Bach teve 13 filhos (apenas 6 sobreviveram até à idade adulta). O referido documentário não é simplesmente um dos muitos documentários sobre a vida do Bach. É sim um documentário sobre a música de Bach (entre cada peça e no final falando da sua morte, há sempre uma breve referência a aspectos da sua vida).

Uma das músicas mais conhecidas de Bach, na minha opinião é "Toccata e Fuga":



Uma excelente suite para violoncelo é a Suite nº 1, e colocarei aqui o seu prelúdio, versão tocada por um grande e mundialmente reconhecido violoncelista chamado Rostropovich:

http://www.youtube.com/watch?v=LU_QR_FTt3E
(Só disponível em link)